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Arquitetos: Bjarke Ingels Group
- Área: 6800 m²
- Ano: 2019
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Fabricantes: Les Durcisseurs Francais
Descrição enviada pela equipe de projeto. Localizado em uma das mais famosas avenidas do mundo, a Champs-Élysées de Paris, o histórico edifício art deco construído em 1932 foi completamente remodelado pelos arquitetos do escritório dinamarquês BIG para abrigar a mais nova estrutura do grupo "Galeries Lafayette". Concebido como um novo conceito de espaço comercial, o retail laboratory tem o objetivo de se tornar a principal referência para o mundo da moda — uma fusão de diferentes espaços comerciais de algumas das mais importante marcas da alta costura do mundo em pleno coração de Paris.
O projeto de reforma e adaptação deste edifício de 1932 desenvolvido pelo BIG é bastante sensível e presta homenagem as principais características históricas daquela que foi um dia a sede de um importante banco na Champs-Élysées. Pelos corredores e lojas da Galeria, os visitantes podem observar de muito perto como os arquitetos se apropriaram de antigos detalhes e da requintada materialidade do edifício para construir um espaço deslumbrante e moderno. O novo conceito de "laboratório de compras" opera na configuração do espaço, definido pelo mobiliário e uma série de lojas experimentais que dão forma a uma nova forma de galeria comercial.
"Os visitantes são convidados a entrar no edifício através de um moderno túnel de vitrais que dá acesso ao átrio central, o qual é coroado por uma cúpula monumental que foi inteiramente restaurada à seu estado original. O ambiente do laboratório de compras se desdobra a partir do térreo em forma de galeria pública onde as lojas ativam o espaço da Galeria. A grande e luxuosa escadaria pode ser adaptada em forma de arquibancada em dias de eventos, transformando o hall central em auditório. Acima, no segundo pavimento, os visitantes acessam um amplo espaço de uso misto ocupado por marcas criativas e emergentes."
“Explorando a criatividade de nossos arquitetos, desenvolvemos um novo conceito de galeria composta por um ambiente fluido, dinâmico e convidativo. Através do projeto de interiores - na interseção entre arquitetura e mobiliário - criamos instrumentos que direcionam as pessoas, convidando-as a entrar e explorar a Galeria. Em vez de alterar a antiga estrutura do edifício, criamos um projeto leve que se adapta a ela, podendo ser transformado ou adaptado facilmente ao longo do tempo e segundo as demandas dos nossos clientes. No desenvolvimento do projeto nos surpreendemos com a quantidade de espaços livres no interior do edifício, ele possui uma escala quase urbana de modo que pudemos usufruir de uma completa liberdade para criar e reprojetar seus elementos e espaços. O que a Galleries Lafayette quer apresentar ao mundo com este projeto não é apenas mais uma loja de departamentos qualquer, mas um novo conceito de espaço comercial”, continuou Bjarke Ingels.
Acessando o interior do átrio, os visitantes podem vislumbrar imediatamente toda a estrutura da galeria e são atraídos à explorar os seus diferentes espaços e atividades. A nova escada rolante foi projetada com os mesmos materiais utilizados no histórico edifício, deixando apenas uma pista de que é uma estrutura de outro tempo e outra tecnologia. Explorar este espaço nos apresenta uma nova descoberta a cada ambiente, a cada móvel que se desdobra se apresenta uma nova versão de um espaço comercial dinâmico e contínuo: tapetes que se transformam em vestiários, bancadas esculturais que assumem a forma de bancos onde os clientes podem descansar ou experimentar um novo produto.
“Quando nos deparamos com este espaço incrível de 1932, não tínhamos ideia de todos os detalhes e materiais que estavam ocultos por trás de camadas e mais camadas de drywall. A sua esplêndida cúpula de vidro estava maltratada e pintada há anos de modo que mal sabíamos como aquele espaço havia sido de fato no passado. Nós nos concentramos em todos os seus detalhes, procurando resgatar todas as suas características originais para devolver todo o brilho e riqueza de outrora. Paralelamente, passamos a desenvolver um projeto sensível, que se adapta e valoriza cada uma de suas mais importantes características pré-existentes.” diz Jakob Sand, Sócio do BIG.
A medida que acessamos os pavimentos superiores, o grau de requinte do espaço também sobe. O mobiliário continua sendo tratado como um objeto de luxo que define e acolhe os espaços das lojas. Uma série de caixas de vidro suspensas ocupam o generoso pé direito do vazio central, revelando para os clientes desde o primeiro momento a exata localização de cada loja. Além dos espaços comerciais os visitantes podem fazer uma pausa em um dos restaurantes enquanto apreciam as belas vistas para a cidade luz ou relaxar no lounge do café, ambos projetados pelo designer de moda francês Simon Porte Jacquemus. Enquanto isso, no nível inferior encontra-se uma ampla praça de alimentação dividida em seções de doces e salgados e onde um enorme balcão se converte em uma série de mesas compartilhadas onde os visitantes podem desfrutar de suas iguarias parisienses enquanto conversam distraidamente com seus amigos e vizinhos de mesa.